11. “De trás”, “atrás” e “detrás”
Enquanto “detrás” e “atrás” podem ser usados como sinônimos, “de trás” (separado) aparece quando é necessário empregar a preposição “de”. É só pensar assim: se a pergunta for só “onde”, responda com “atrás” ou “detrás”. Agora, se for “de onde”, o certo vai ser “de trás”.Exemplos: - Onde está o cofre secreto? Atrás do quadro.
- Onde foi parar meu casaco? Está pendurado detrás da porta.
- De onde saiu esse rato? De trás do armário da cozinha.
12. “Aparte” e “à parte”
“Aparte” pode ser o imperativo do verbo “apartar” (que significa: separar ou desviar) ou um substantivo masculino (que significa um comentário isolado, como se fosse um parêntese em um discurso). Já “à parte” é aquilo que já está ou vai ser separado. Exemplos: - Ele não consegue manter sua linha de raciocínio e faz apartes desnecessários o tempo todo, de modo que ninguém entende o que diz.
- Ontem fui chamado para uma conversa à parte com minha chefe.
- Minhas compras pessoais precisam ser feitas à parte em relação às da empresa.
13. “Decerto” e “de certo”
A dica aqui é tentar substituir a expressão pela palavra “certamente”. Se funcionar, use “decerto” junto. Se não, é “de certo” separado. Exemplo: - De certo modo, seu conselho me ajudou mais do que eu esperava.
- Depois de estudar tanto, você decerto conseguirá uma boa nota na prova!
14. “Propício” e “propenso”
Eles são parecidos, mas o significado não é o mesmo. “Propício” indica que uma situação pode favorecer alguma outra coisa, mas não necessariamente que há uma tendência, como indica “propenso”. Exemplo: - Um ambiente silencioso é mais propício (ou apropriado) para os estudos.
- Mas se você não estiver propenso (ou tendendo) a estudar, o silêncio não vai fazer diferença.
15. “Senão” e “se não”
“Se não” separado aparece em frases em que você poderia inserir alguma coisa entre o “se” e o “não”. Já “senão” junto pode aparecer como substantivo ou no sentido de “mas sim”, “do contrário” e “exceto”, sem que você possa separar os dois elementos.
Exemplos: - Aceito seus termos, com um senão: preciso de um prazo maior.
- Se não conseguir chegar a tempo ao cinema, eu compro seu ingresso e espero-o na entrada das salas.
- Tente chegar pontualmente, senão perderemos o início do filme!
16. “A fim” e “afim”
“Afim” junto vem de afinidade, enquanto “a fim” é a preposição “a” ligada ao “fim” no sentido de finalidade. Para saber qual dos dois usar, é só parar para pensar qual dessas duas ideias você está tentando passar.
Exemplos: - As duas empresas se uniram para atingir interesses afins (ou semelhantes).
Você está a fim de sair hoje à noite?
- Precisamos passar no banco a fim de fazer um depósito.
17. “Perca” e “perda”
Mais um parzinho fácil de distinguir: “perda” é substantivo, enquanto “perca” é verbo. Ou seja: se puder colocar artigo antes (“a perda” ou “uma perda”) é com “d”.
Exemplos: - Não perca tempo: compre já o nosso produto!
- Acabe com a perda de tempo usando nossa técnica para ser mais produtivo!
18. “Descriminar” e “discriminar”
“Discriminação”, com “i”, é separar as coisas, e às vezes tratar as pessoas ou questões de forma desigual por causa de algum preconceito. Já “descriminar” é tirar a culpa de um crime (por isso o “des”, de negação, como em “descolorir”, por exemplo).
Exemplo: - Você já sofreu algum tipo de discriminação racial no trabalho?
- O júri descriminou o réu após um julgamento que durou meses.
19. “Absolver” e “absorver”
Um sinônimo de "descriminar" que também gera alguma confusão é “absolver”, que significa tirar a culpa, perdoar. Diferentemente de absorver, que é fazer desaparecer um líquido ou assimilar algo.
Exemplos: - Os padres ouvem as confissões dos fiéis para absolver seus pecados.
- Em uma aula expositiva, nem sempre é fácil absorver todo o conteúdo dado.
- Alguns tecidos ajudam a absorver melhor o suor na prática de atividades físicas.
20. “No lugar de”, “ao invés de” e “em vez de”
Pense em trigêmeos, mas com dois dos irmãos sendo iguaizinhos e um deles bem diferente. A ovelha negra é “ao invés de”, que só serve para contrastar ideias opostas (tipo alto e baixo, frio e quente, etc.). Os outros dois falam de coisas diferentes, mas que não precisam ser opostos necessariamente.
Exemplos: - Decidimos fazer uma mousse para a sobremesa no lugar do bolo. (mousse e bolo não são necessariamente opostos)
- Não vamos viajar mais para o Japão. Em vez disso, vamos para a Nova Zelândia.
- Ao invés de sair, resolvemos ficar em casa. (ficar em casa e sair podem ser consideradas coisas opostas.)
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