Pular para o conteúdo principal

Erros de Português: Concordância (parte 1).

 

1. “Havia” e “haviam”.

O erro é colocar o verbo no plural quando está sendo usado no sentido de existir. Quando usado como auxiliar, (isto é, quando aparece junto com outro verbo e pode ser substituído pelo auxiliar “ter”), o plural está liberado. 
     Exemplos: -  Há três flores no jardim.
                       - Havia nove alunos na sala.
                       - Eles haviam mudado de casa no ano anterior.
                       - Nós havíamos colocado seu nome na lista.

2. “Faz” e “falta”.

Lembra-se de quando falamos da diferença entre “há” e “a” e vimos que o “há” é usado para marcar uma distância em relação ao passado? Pois é exatamente essa função que também exerce o “faz”. Por outro lado, quando usamos “faltar” para marcar uma distância em relação ao futuro, o tempo é sujeito da oração, por isso o verbo vai poder ir para o plural. 
     Exemplos: - Faz nove meses que mudei de cidade.
                        - Faltam nove meses para que eu me mude novamente.

3. “Tem” e “têm”.

É só saber que o verbo “ter”, quando conjugado na terceira pessoa do plural (“eles” e “elas”), leva acento circunflexo. 
     Exemplos: - Ele tem muito dinheiro.
                       - Eles têm muito dinheiro.
    A mesma regrinha também vale para o verbo “vir”: “ele vem” e “eles vêm”.

4. “Mantém” e “mantêm”.

O caso de “manter” é bem parecido com o de “ter” e “vir”, só que na terceira pessoa do singular (“ele” e “ela”), o verbo já leva um acento agudo, que vai então apenas se transformar em circunflexo no plural
     Exemplos: - Ele mantém suas coisas em ordem.
                       - Eles mantêm suas coisas em ordem.
O mesmo vale para “contém” e “contêm”!

5. “Lembrar-se de” e “lembrar”.

É só saber que quando o verbo é pronominal (“lembrar-se” no lugar de só “lembrar”), precisa vir acompanhado da preposição “de”.
    Exemplos: - Por favor, me lembre de agendar uma consulta médica mais tarde.
                      - Você está se lembrando de que vamos nos encontrar hoje?
                      - Eu lembrei que você não gosta de chocolate.
Essa regra também se aplica a “esquecer” e “esquecer-se de”.

6. “Assistir”.

O verbo “assistir” pode aparecer com diferentes sentidos (como presenciar algo, ajudar alguém, apoiar uma causa, etc.), mas o problema só acontece quando ele se confunde com o verbo “ver”, referindo-se a coisas como espetáculos, televisão, filmes. Isso porque no uso correto da língua é que o objeto seja precedido da preposição “a”, mas na medida em que pode ser trocado por “ver”, ele acaba fugindo dessa regrinha na linguagem oral, e já começa até a ter esse uso sem a preposição adotado na literatura. 
     Exemplos: - Vou assistir a um filme hoje à noite.
                       - Vou ver um filme hoje à noite.

 7. “Implicar”.

Outro verbo que pode confundir até os mais experientes quando o assunto é “implicar”. Afinal, ele pode vir acompanhado de três preposições diferentes, dependendo do seu sentido na frase. 
     Exemplos: - Os alunos implicaram com a professora nova. (No sentido de não gostar.)
                       -  novo funcionário já se implicou em fofocas e confusões. (Envolveu-se.)
                       - Grandes poderes implicam grandes responsabilidades. (No sentido de ter por consequência ou requisito.)

8. “Acarretar”.

“Acarretar” costuma aparecer incorretamente associado à preposição “em”. No entanto, na verdade quem o rege é a preposição “a”, e mesmo assim é opcional adicionar esse segundo objeto indireto. 
     Exemplos: - O acidente acarretou perdas [ao produtor].
                   
     Não há preposição entre “acarretou” e “perdas” (primeiro objeto), mas ainda que haja “a” antes de “o produtor”, essa parte da frase, destacada entre colchetes, é opcional.

9. “Onde”, “aonde” e “de onde”.

A preposição diz tudo: se “onde” é o lugar onde alguma coisa está, “aonde” implica um movimento a algum lugar (como quando usamos “ir” ou “chegar”), e “de onde” demanda a origem de algo. 
     Exemplos: - Você viu onde está minha carteira?
                       - Não estou entendendo aonde eles pensam que vão.
                       - Não sei de onde veio o barulho.

10. “Em que” e “onde”.

Para quem não sabe, “onde” só serve para representar lugares físicos, enquanto “em que” pode ser usado para falar de locais mais abstratos. 
     Exemplos: - Ontem vi um filme em que o universo é dominado por forças do mal. (O filme não é um lugar físico.)
                       - No filme, o lugar onde as forças do mal se concentram é uma nave do tamanho e formato de um planeta. (Ainda que não exista de verdade, a nave seria um lugar físico.)


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Contatos sociais

O humano é o ser mais dependente que existe no planeta, nós precisamos muito dos outros para conseguirmos sobreviver! Diferente de outras espécies de animais, que conseguem sobreviver de forma independente.    Assim como a sociedade precisa dos humanos, o ser humano precisa da sociedade para se tornar civilizado. Ou seja, o ser humano apenas se torna civilizado, pois adquiri os conhecimentos, costumes, e formas de viver da sociedade. Existem histórias,   como a do menino Victor de Aveyron,que viveu, dos quatro anos de idade,   até seus onze anos sem nenhum contato social.   Ele foi abandonado em uma floresta na França, e teria se criado junto aos lobos, foi encontrado na floresta e foi adotado, onde ensinaram-o a viver em sociedade. Ele até conseguiu se adaptar,   porém foi algo muito difícil, pois ele era um selvagem pelo motivo de ter vivido tanto tempo junto á lobos. Esse menino conseguiu   sobreviver, pois se adaptou aquele lugar (floresta), e fez dos "lobos" a sociedad

Crônica: A importância da leitura.

"Alguns meios estão nos roubando o prazer de viajar pela leitura".      Cerca de 45% da população brasileira não lê e 30% nunca comprou nenhum livro, ou seja, há um número alto de pessoas que não se interessam por leitura. Algumas sabem que é importante, mas por algum motivo não conseguem ler. A leitura é muito importante para ampliar conhecimentos, aliás faz bem para a alma e para a saúde mental.     Em minha opinião, antigamente as pessoas liam muito mais, pois era um meio de aprender, se informar, além de ser um passa tempo saudável. Já hoje em dia, para fazer essas coisas, nós temos televisões, celulares, tablets, computadores entre outros produtos. Por esses fatos as pessoas procuram menos os livros.      Por mais que as escolas tentam estimular a leitura, as tecnologias também estimulam as pessoas por um lado negativo, ou seja, deixar de viver em outro mundo fantástico sem sair do lugar.      Já foi comprovado que a leitura ajuda em vários fatores, como na escrita e fal

Erros de Português: Gêmeos do mal (parte 1).

É mais fácil errar do que acertar, e na escrita não é diferente! Mas não podemos nos dar por vencidos e, sim, tentar e tentar novamente. Para ajudar você, nosso leitor/escritor do blog, vamos postar dicas e possíveis erros de português. Te liga! 1. "Mal" e "mau".      "Mau" é um adjetivo, ou seja, podemos usar ele para expressar características. Exemplo: Os três porquinhos e o lobo mau .      Já "mal" pode ser ou advérbio ou substantivo. Exemplo: A luta entre o bem e o mal  nunca acaba. 2. "Bem" e "bom".      "Mal" é o contrário de "bem". Isso significa que "mau" é o contrário de "bom", claramente.       Isso parece meio confuso, então te liga nessa dica: 3. "Independente de" e "independentemente de".     Novamente, existe uma diferença entre adjetivo e advérbio. "Independente" pode ser uma qualidade ou um estado, isto é: um adjetivo. Exemplo: Com que idade